domingo, 30 de janeiro de 2011

 

Afinal é verdade:


- Não se deve misturar Mentos com Coca-Cola.




quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

 

O Outro Bibi



Não estou nada surpreendido com esta nova posição de Carlos Silvino, o principal arguido do famigerado «Processo Casa Pia» e com o volte face das suas declarações.

De facto, e vista daqui, a táctica de defesa adoptada por Carlos Silvino sempre constituiu para mim o exemplo acabado do que o bom senso e os mais básicos manuais de direito penal e processual penal aconselham a não fazer.

Como era seu direito, Carlos Silvino poderia ter-se defendido negando toda a acusação e afirmando desconhecer todos os outros arguidos e a sua implicação no caso.
Poderia ter-se apresentado, também ele, como uma vítima da Casa Pia e dos alunos mais velhos que ele, e principalmente, de um sistema que durante décadas ignorou placidamente o destino daqueles miúdos.

Ao invés, Carlos Silvino confessou-se culpado de nada menos que 669 crimes de abuso sexual de menores, e disparou à esquerda e à direita a implicar todos os restantes arguidos sentados ao seu lado, confirmando e contando histórias muitas vezes mirabolantes e inverosímeis, decerto à procura de atenuantes ou de uma clemência que era óbvio que nunca lhe dariam.
Optou ainda por agigantar o caso e dar-lhe incomensuráveis proporções nacionais, ao descrever um sistema e uma recorrência que pareciam resultar de uma autêntica quadrilha organizada de facínoras violadores de crianças.

Não faço a mínima ideia de quem ali é culpado ou inocente, nem estou a ignorar o quanto centenas de miúdos devem ter sofrido durante anos e anos.
Mas não é isso que agora está em causa, nem o imbróglio jurídico que daqui vai resultar; refiro-me simplesmente à mera e simples táctica de defesa de um arguido que, em vez de minimizar e de reduzir as proporções do processo em que está envolvido, decide antes em dar-lhe proporções gigantescas.

O resultado era previsível: lixou-se!

Lixou-se porque, como seria por demais óbvio para qualquer estudante de Direito, a condenação só poderia ser proporcional à desmedida dimensão do caso, dada paradoxal e estupidamente à partida pelo próprio... Carlos Silvino.
Como não podia deixar de ser e eu aqui antevi ainda em 2004 logo no início do julgamento que ia acontecer, o tiro saiu-lhe pela culatra.

É por isso que desde que ouviu a sua condenação a 18 anos de prisão esta mudança de atitude de Carlos Silvino era perfeitamente previsível.
Não acredito numa palavra do que Carlos Silvino diz agora, do copo com água drogada às sevícias dos agentes da Polícia Judiciária.

Mas tudo se torna mais compreensível desde que há duas ou três semanas lemos nos jornais que Carlos Silvino “despediu” o seu advogado e contratou outro para agora o representar.

E é assim que a explicação para Carlos Silvino apresentar agora esta nova posição se torna muito simples: não sei quem ele é, mas ao que parece Carlos Silvino arranjou finalmente um advogado que pelos vistos sabe o que está a fazer...


domingo, 23 de janeiro de 2011

 

Parabéns, Sr. Presidente!




quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

 

“Desvotar” em Cavaco Silva



Não me revejo em nenhum dos candidatos a esta eleição presidencial.
Cheguei até a considerar nem sequer ir votar.

Mas a simples ideia de ver Cavaco Silva reeleito e aturá-lo como Presidente da República por mais cinco longos anos compele-me a ir votar noutro candidato qualquer.

Parafraseando um outro candidato presidencial, é de facto uma coisa que me chateia ter como Presidente da República um troglodita que visivelmente não tem jeito para aquilo.
Só aquela cavalidade que disse sobre a pensão da mulher e como ela “merece” que ele a sustente, bem ilustra o que vai dentro daquela cabecinha.
E da cabecinha da mulher também, aliás, que pelos vistos tem estofo para aturar aquilo...

Durante o actual mandato, Cavaco Silva armou-se em contra-poder executivo, arranjou uma trapalhada muito pouco honesta com a história das escutas de Belém, revelou uma enorme inabilidade para o cargo com o Estatuto dos Açores e desmascarou-se num preconceito anacrónico e numa repugnante homofobia com o casamento entre pessoas do mesmo sexo e com o veto ao projecto de lei de mudança de sexo.

Como se não bastasse, em plena campanha eleitoral e no meio de um processo de estabilização financeira internacional, decide proclamar a possibilidade de uma crise política nos próximos tempos.

Depois, há a história muito mal contada da permuta da casa da Aldeia da Coelha e de umas generosas mais valias ganhas com as acções da SLN, em montantes que nem o Madoff conseguia para os seus melhores clientes.

E o que mais me chateia nesta trapalhada é o facto de Cavaco Silva achar que está acima de tudo isto e de que não tem de dar explicações a quem quer que seja.
Mais do que ninguém, e mais do que ser sério, um Chefe de Estado tem de parecê-lo.
E Cavaco Silva, nestes últimos tempos, de facto não parece nada...

Que saudades de Mário Soares e de Jorge Sampaio, esses sim, verdadeiros estadistas que sempre dignificaram o cargo que desempenharam e que sempre honraram o meu país.

É por tudo isto que, mesmo que se anteveja que Cavaco Silva vai ganhar a eleição presidencial logo à primeira volta, acho que tenho de tomar a atitude cívica de ir votar noutro candidato qualquer, não por ele ou pelo que com ele me identifique, mas simplesmente para “desvotar” em Cavaco Silva.

Mas, apesar de tudo, não votaria nem no palhaço da Madeira nem em Francisco Lopes, que se identifica com a Coreia do Norte, com as FARC, a China ou Cuba e provavelmente nem sequer deve saber da queda do Muro de Berlim.
O Fernando Nobre decidiu não se definir politicamente. E não há nada pior do que um político que não se define politicamente.
Também não gosto de Manuel Alegre, nem acho que viesse a dar um bom Presidente da República. Nem acho piada nenhuma ao malabarismo bacoco com que entalou o PS para ser candidato.
Pensar que qualquer candidato de jeito apresentado pelo PS era bem capaz de dar uma banhada a Cavaco Silva – e logo à primeira volta!...

Resta-me Defensor Moura, apesar de tudo o menos mau desta pacotilha toda.

Em suma, no próximo Domingo vou tomar uns sais de frutos e vou votar Defensor Moura.
Não por ele, mas, tristemente, só por “exclusão de partes”.
E preparar-me para na segunda-feira ter mais cinco anos de Cavaco Silva.

Para isso não precisarei de tomar sais de frutos.
Apesar de tudo ainda não preciso disso para digerir a democracia...


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

 

O Louvor a Cavaco



Esta campanha eleitoral faz-me lembrar o tempo em que Cavaco Silva se candidatou à presidência da república, concorrendo com Jorge Sampaio.

Naquela ocasião vigorava por aí a profunda convicção de que os portugueses não quereriam pôr «todos os ovos no mesmo cesto», e nunca iriam votar simultaneamente num Governo e num Presidente da mesma filiação partidária, antes escolhendo uma espécie de vigilante equilíbrio de poderes entre os diferentes órgãos de soberania.
Por outras palavras, a confiar-se nas sondagens que unanimemente davam a vitória a António Guterres nas legislativas seguintes, previa-se que, correspondentemente, Cavaco Silva fosse eleito Presidente da República.

Ou seja, quanto mais certa fosse a vitória do P.S., mais certa seria a vitória de Cavaco.
A tal ponto, que dava até a sensação que, para tornar mais certa a vitória de Cavaco, nada melhor que tornar mais certa a derrota do PSD, e mais certa a vitória dos socialistas.

Foi então que o PSD em peso, investindo todos os seus esforços políticos na candidatura presidencial, “entregou o ouro ao bandido” e se abandonou ao certo e inelutável destino da anunciada derrota nas legislativas.
De tal modo que se assistiu à debandada geral: ninguém queria ficar politicamente comprometido, e com o seu nome e reputação manchados e associados à derrota certa e anunciada que aí vinha.
O principal teorizador desta brilhante teoria política, e também o principal protagonista deste abandono foi, obviamente, Aníbal Cavaco Silva. E atrás dele, todo o PSD.

Mas com uma, e talvez única, excepção: Fernando Nogueira!

Com uma grandeza e um dignidade difíceis de encontrar na vida política portuguesa, Fernando Nogueira tomou as rédeas do partido e, sacrificando todo o seu futuro político, levou o PSD do descalabro das legislativas que elegeram Guterres às imaculadas e virginais mãos de Marcelo Rebelo de Sousa, a quem no congresso seguinte entregou o partido de mão beijada.

De seguida retirou-se da vida política e partidária com a mesma dignidade e grandeza com que as tinha vivido.
Recordo que, durante a campanha eleitoral, Fernando Nogueira teve mesmo de suportar ser publicamente desmentido por Cavaco Silva que, num amesquinhamento e num desprezo inqualificáveis, o sacrificou, e também ao partido, no altar das presidenciais.
Sempre tendo em vista a brilhante táctica política adoptada: mais certa seria a eleição presidencial quanto mais certa fosse a derrotado o PSD.

Com os resultados que todos conhecemos: a 14 de Janeiro de 1996 Jorge Sampaio é eleito Presidente da República.
À primeira volta...

Dois meses depois, em Março, realiza-se o congresso do PSD.
Foi nesse congresso que se deu um dos acontecimentos que mais me chocou na vida política portuguesa recente:
Não obstante o sacrifício de todo o partido, afinal tornado vão pela concludente e amarga derrota nas presidenciais, e não obstante o amesquinhamento político feito a Fernando Nogueira, Cavaco Silva entrou na sala do congresso, estudadamente tarde, e atravessou em pose magistral a coxia central, perante a louvaminhice indecente de todos os congressistas que, quase sem excepção, interromperam os trabalhos e se levantaram num estrondoso aplauso àquele que, afinal, tanto os tinha usado – e derrotado.

Com uma única e honrosa excepção: a da mulher de Fernando Nogueira, que na primeira fila deixou Cavaco Silva de mão estendida quando este a tentou cumprimentar...

Ao longo dos últimos anos Cavaco Silva tem recatado habilidosamente a sua imagem política, ora gerindo um tabu, ora amesquinhando mais um secretário geral do PSD, como fez com Santana Lopes quando aconselhou os «políticos competentes a afastar os incompetentes», ora, mais recentemente, gerindo habilidosamente divergências criteriosamente estudadas com Pedro Passos Coelho.

Sempre com resultados absolutamente extraordinários: aí está novamente o PSD unanimemente rendido aos pés de Cavaco Silva, lançando-se uma vez mais na mesma louvaminhice indecente dos velhos tempos, uma vez mais sem se aperceber do quanto tem sido usado e manipulado.

Muito se deve andar a rir Cavaco Silva!



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

 

A Mais Valia



O que muita gente parece não entender é que a valorização de 140% das acções da SLN de que o candidato presidencial Aníbal Cavaco Silva beneficiou não corresponde a nada de substancial ou a uma valorização empresarial devidamente suportada financeiramente.
Tanto mais que tais acções nem sequer estavam cotadas em bolsa.

E como não há milagres, e o benefício injustificado de uns tem sempre como contrapartida o prejuízo de alguém, foi a soma de incontáveis negócios ruinosos, a compra de empresas fantasma e a obscura valorização de favor de acções completamente artificial e infundamentada, que conduziram o BPN ao buraco financeiro que agora nos arrasta a todos.

Uma coisa é certa:
Se Cavaco Silva beneficiou de uma valorização e de uma mais valia de 140% das suas acções na SLN, o que é verdade é que quem está neste preciso momento a pagar essa valorização somos todos nós.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

 

Caso BPN: O que esconde Cavaco?






quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

 

A transubstanciação



Conta a CNN que centenas de pessoas foram contaminadas com Hepatite A quando receberam a comunhão com hóstias infectadas durante a missa do dia de Natal celebrada numa igreja de Long Island, nos Estados Unidos.

Chama-se a isto a transubstanciação dos vírus…


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

 

A Dívida de Gratidão



Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.

Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco Silva.

Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.

Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia uma decisão definitiva sobre o assunto.

Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.

Ora, o que é facto é que o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal Cavaco Silva, e que conduziria provavelmente ao seu despedimento do cargo de docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação.

Até que, ninguém sabe bem como nem porquê,... desapareceu sem deixar rasto...
E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.

Dos intervenientes desta história, com um final comprovadamente tão feliz, sabe-se que entretanto o Prof. Cavaco Silva foi nomeado Primeiro-ministro.

E sabe-se também que o Prof. João de Deus Pinheiro veio mais tarde a ser nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos Governos do Prof. Cavaco Silva, sem que tivesse constituído impedimento a tal nomeação o seu anterior desempenho, tido geralmente como medíocre, à frente do Ministério da Educação.

Do mesmo modo, o seu desempenho como ministro dos Negócios Estrangeiros, pejado de erros e sucessivas “gaffes”, a tal ponto de ser ultrapassado em competência e protagonismo por um dos seus jovens secretários de Estado, de nome José Manuel Durão Barroso, não constituiu impedimento para que o Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva viesse mais tarde a guindar João de Deus Pinheiro para o cargo de Comissário Europeu.

De qualquer modo, e como é bom de ver, também não foi o desempenho do Prof. João de Deus Pinheiro como Comissário Europeu, sempre pejado de incidentes e críticas, e de quem se dizia que andava por Bruxelas a jogar golfe e pouco mais, que impediu mais tarde o Primeiro-ministro Cavaco Silva de o reconduzir no cargo.

A amizade é, de facto, uma coisa muito bonita...



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