sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

 

Em defesa de Manuela Moura Guedes



Hoje vi a Manuela Moura Guedes na televisão a reclamar dos ataques à liberdade de expressão e a dizer que há censura em Portugal.
Mas ao olhar para aquela cara na televisão, pela primeira vez a entendi e me apercebi do autêntico drama humano que assola aquela pobre alma.

Acredito, de facto, que a Manuela Moura Guedes pensa sinceramente que era uma jornalista de renome, uma repórter de investigação de elevada competência, feroz e incómoda para os poderosos, mas que foi vítima de um ignóbil silenciamento por parte dos poderes instituídos que ela vinha afrontando com o seu telejornal das sextas-feiras.
A pobre coitada pensa mesmo que é uma vítima de um Governo tenebroso que a silenciou, ainda para mais quando tinha material explosivo novinho em folha para derreter uma vez mais o primeiro-ministro.

E é aqui que eu tenho pena da Manuela Moura Guedes.

Na verdade, enquanto ela pensar isso, não tem de se confrontar e sofrer com o choque da dura realidade: os verdadeiros motivos por que levou uma corrida em osso da sua entidade patronal.
Enquanto pensar que é uma vítima dos famigerados poderes instituídos, Manuela Moura Guedes continua a ter-se a si própria em alta conta. Vejam só: era uma jornalista tão competente e tão importante que tiveram até de ser os mais elevados poderes do Estado a despedi-la.
De facto, é bom de ver o raciocínio: quanto mais altos e poderosos são os poderes que silenciam um jornalista, mais incómodo e, por isso, mais competente é esse jornalista. A lógica é imbatível.

E o que é facto é que enquanto assim pensar, Manuela Moura Guedes não tem de se confrontar com a sua própria incompetência e lá vai vivendo numa doce ilusão, como que embriagada num sonho patético de grandeza mas que, se virmos bem, é até profundamente triste.

Já esquecida, por exemplo, da sova que levou em directo no seu próprio telejornal do Bastonário da Ordem dos Advogados, Manuela Moura Guedes continua iludida e embriagada na sua própria mediocridade, sem sequer se aperceber que foi despedida pura e simplesmente porque era uma profissional sem vergonha, sem o mínimo sentido da objectividade e de uma incompetência até constrangedora.

Estar ali a apresentar um telejornal num prime-time televisivo era até um insulto para toda a classe dos jornalistas. Manuela Moura Guedes era parcial, tendenciosa, e de uma estupidez tão gritante que até fazia pena.
Era até má locutora!

Foi até uma atitude misericordiosa da parte dos proprietários da TVI terem-na libertado daquele fardo pesado demais para ela.
É por isso que nos seus delírios de grandeza Manuela Moura Guedes não hesita em culpar o Governo e o primeiro-ministro de um despedimento a que são alheios (e que até os prejudicou politicamente) e que é da única e exclusiva responsabilidade de quem lhe paga o ordenado ao fim do mês.

Se há censura em Portugal, o que é que a Manuela Moura Guedes tem para nos contar que não consegue dizer-nos?...

Mas uma coisa mais: na sua patológica mania da perseguição, Manuela Moura Guedes acusa o Governo de a ter silenciado e de ter instituído a censura em Portugal, assim evitando a divulgação de notícias fresquinhas que tinha na manga contra o primeiro-ministro José Sócrates.
A pobre coitada nem se apercebe da ignomínia do insulto que isto representa para os jornalistas da TVI que ela deixou para trás, e que, assim, insinua que ou são incompetentes ou são vendidos ao Governo.

É que aquele telejornal continua a ir para o ar, mesmo sem ela, todas as sextas-feiras.
O que é que impede os jornalistas que agora o apresentam de divulgar as tais notícias chocantes que a Manuela Moura Guedes tinha prontinhas para fritar o primeiro-ministro?




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