segunda-feira, 16 de junho de 2008

 

O «Meme Ateísta»



O Hélder Sanches, do «Penso Logo Sou Ateu», desafiou-me a espalhar «o meme ateísta» que tem andado a circular por essa blogosfera fora, e que consta de 10 perguntas sobre o ateísmo.

Aqui vai a minha resposta ao desafio:

*

P1. Como definirias “ateísmo”?
R: Para não dar uma definição meramente semântica, terei de dizer que não se define algo pela sua negativa. Talvez a palavra «ateísmo» nem sequer devesse existir.
Assim o «teísmo» será a renúncia à Razão. O «ateísmo» será… o contrário disso.

P2. Tiveste uma educação religiosa? Se sim, de que tipo?
R: A minha educação religiosa não passou da catequese até aos 8 ou 9 anos de idade. Tive foi o privilégio de os meus pais sempre me proporcionarem o acesso a todos os livros que me dava na gana ler, de me darem uma educação baseada em critérios científicos, de ética e de racionalidade e de aceitarem pacífica e normalmente o meu “descambar” para o ateísmo a partir dos 12 ou 13 anos de idade.

P3. Usando apenas uma palavra, como descreverias o “design inteligente”?
R: Imbecil.

P4. Que campo científico mais te interessa?
R: Sem dúvida o Evolucionismo, em todas as suas vertentes e como tanto nos ensina sobre o papel do Homem na Terra. E como nos demonstra que não passamos de meros inquilinos deste planeta, ainda por cima com um contrato com um prazo de duração muito, muito curto.
Mas sobretudo porque a genialidade de Charles Darwin nos transmitiu uma nova forma de encarar o mundo. E, assim, não só de o conhecer e compreender, mas sobretudo de filosofar sobre as suas origens e o seu destino.

P5. Se pudesses mudar algo na “comunidade ateísta”, o que seria?
R: Não creio que haja sequer uma «comunidade ateísta».
Nem entendo como o ateísmo possa, só por si, constituir alguma espécie de cimento de união entre pessoas. Não mais do que sucede com um qualquer grupo de pessoas juntas por mero acaso numa carruagem de Metro, por exemplo, e em que nenhuma delas acredita em Hórus, Zeus ou Odin.
O que pode distinguir um grupo de pessoas das demais serão os seus valores, a sua ética, a sua racionalidade e o seu humanismo. Isso sim, poderá ser um excelente ponto de partida para o nascimento de uma "comunidade", independentemente do facto de as pessoas que a compõem coincidentemente rejeitarem o «conforto» da irracionalidade da fé para encontraram uma resposta fácil e cómoda para as coisas que não entendem ou sobre as quais nem sequer conseguem ou têm coragem de filosofar.

P6. Se um filho teu te dissesse que tinha optado pela vida clerical, qual seria a tua primeira resposta?
R: Independentemente do meu respeito pelas opções das pessoas que me rodeiam, e que teria inevitavelmente de aceitar, dir-lhe-ia desde logo que não me parecia nada ético dedicar e ganhar a vida a parasitar a fragilidade emocional das pessoas.

P7. Qual o teu argumento teístico favorito e como é que o refutas?
R: Sem dúvida os velhos chavões: «o que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?» ou «se houve uma lenta evolução das espécies a partir de organismos mais simples, o que faria um animal a meio dessa evolução somente ainda, por exemplo, com “meio olho”?»
Como os refuto, é simples: com um qualquer livro de biologia ou de ciências naturais. Basta da escola primária.

P8. Qual o teu ponto de vista mais controverso (na perspectiva dos outros ateus)?
R: Que sou demasiado violento e até mesmo insultuoso e ofensivo não só para as religiões mas principalmente para com as pessoas religiosas. Como é óbvio estão enganados: o que digo não ultrapassa uma «veemência» absolutamente normal…

P9. Dos “quatro cavaleiros do ateísmo” (Dawkins, Dennett, Hitchens e Harris) qual é o teu preferido e porquê?
R: Sem dúvida admiro em primeiro lugar a indiscutível excelência de Richard Dawkins; mas não posso deixar de mencionar também o meu «colega de veemência» que é Christopher Hitchens.

P10. Se pudesses convencer apenas um teísta a abandonar as suas crenças, quem seria?
R: Ninguém em especial! Até por que não deixaria de ser um esforço inglório: o Papa Bento XVI é notoriamente ateu e isso não faz dele uma melhor pessoa.
Seria mais útil apresentar às pessoas os valores éticos, racionalistas e humanistas. Isso seria mais do que suficiente para fazer deste mundo um lugar bem melhor para todos nós vivermos.

- Nomeia outros 3 blogs para espalharem o «meme»:

1)
O Carlos Esperança – Ponte Europa
2) O Ricardo Alves – Esquerda Republicana
3) O «AdaS» - Vareta Funda




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