quarta-feira, 11 de abril de 2007

 

1 + 1 + 1 = 1



De uma notícia publicada na «Agência Ecclesia», eis aqui uma pequena passagem de uma entrevista a um tal Henrique Noronha Galvão, que é sacerdote e docente na Faculdade de Teologia de Lisboa, e que desempenha o cargo de «Presidente da Comissão Científica do Congresso sobre o Mistério Trinitário de Deus».

Aos leitores deste Blog, peço que me façam a justiça de reparar que, embora não sem algum esforço, confesso, não fiz qualquer comentário irónico a que o «mistério trinitário de Deus» fosse tema de um congresso e tudo, nem sequer fiz a mínima referência jocosa à existência de uma coisa chamada «comissão científica» que foi constituída para tal efeito.

À pergunta «o que é a Santíssima Trindade?», diz o entrevistado a certa altura:

«Está-me a perguntar o que é o maior mistério da nossa fé … Ele resulta de Jesus Cristo se ter revelado como Filho de Deus, numa comunhão total e única com o Deus a quem chamava Pai e mesmo, em aramaico, Abba (que significa Papá), e com o Espírito Santo que procede simultaneamente do Pai e do Filho.
«Esta comunhão de Amor é de tal ordem que significa uma única identidade divina em que subsistem o Pai e o Filho e o Espírito Santo.
«...trata-se aqui de algo que corresponde ao mais íntimo mistério pessoal de Deus e que só por confidência do próprio Deus, isto é, por revelação nós podemos conhecer».
«...trata-se de um mistério que só numa atitude de grande humildade, pela meditação na Palavra de Deus e na oração pode ser apreendido e vivido.
«Sempre que queremos sujeitar Deus aos nossos critérios, à nossa sensibilidade ou, mesmo, à nossa ideologia, então já não acreditamos no Deus que se revela mas num ídolo que nós próprios criamos».

Uma coisa é certa:
Por mais congressos e «comissões científicas» que organizem, por mais meditação que façam, por mais confissões em que admitem a sua própria «humildade», não acredito que esta gente alguma vez se aperceba da idiotia e do profundo ridículo que é continuar a tentar fazer crer e a explicar às outras pessoas como é que uma religião que tem três deuses principais, uma deusa secundária e alguns milhares de pequenos deuses e deusas menores, continua a ser, apesar de tudo disso, uma religião... monoteísta!




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