segunda-feira, 3 de abril de 2006

 

A Contribuição Portuguesa



Segundo o «Expresso», o Governo prepara-se para “diminuir consideravelmente” a taxa de alcoolemia permitida para a condução em Portugal.

O Secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, garante que não haverá recuo nesta decisão, afirmando que apesar de os números de 2005 das estradas portuguesas serem «globalmente positivos», os indicadores de condutores com excesso de álcool não o são, já que em 2004 morreram ao volante 667 condutores alcoolizados.

Como seria de esperar, o lobby dos produtores vitivinícolas veio uma vez mais a terreiro bramar contra esta medida, tal como o havia já feito antes, durante o Governo de António Guterres, quando ainda chegou a vigorar transitoriamente a taxa de 0,2 como alcoolemia máxima permitida nas estradas portuguesas.
Mas o barulhento lobby dos copofónicos, com o precioso apoio do PSD e do CDS, que viram nisso uma excelente oportunidade de facturar politicamente, um malabarismo legislativo na Assembleia da República, tudo junto com as costumeiras e titubeantes hesitações de Guterres, lá puseram a alcoolemia de volta aos 0,5.

No entanto, ainda foi possível constatar que na meia dúzia de meses em que vigorou a taxa de 0,2 o número de acidentes e de mortes na estrada desceu consideravelmente em Portugal.

Ou seja, pode bem dizer-se que o Governo de António Guterres deu um contributo inestimável para o estudo mundial das consequências da condução sob o efeito do álcool:
De facto, já sabíamos antes que quando se diminui a taxa de alcoolemia, isso faz imediatamente descer o número de acidentes e de mortos nas estradas.
Agora sabemos também o que sucede quando um Governo eleva de novo a taxa de alcoolemia permitida: o número de acidentes e de mortos na estrada... aumenta!

Pelos vistos, um pormenor de somenos importância para quem quer vender mais umas garrafitas de vinho...




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