sexta-feira, 11 de novembro de 2005

 

Preso por distribuir Bíblias



O «Washington Times» noticia que um líder religioso clandestino de Pequim, Cai Zhuohua, de 34 anos, que se encontrava preso já desde Setembro de 2004, foi agora condenado a três anos de cadeia pelo crime de distribuição de Bíblias e de outros «materiais cristãos».

Esta é, de facto, uma situação absolutamente inadmissível, tanto mais que, segundo o mesmo jornal, ela vem na sequência de uma longa escalada de perseguições e de prisões que os cristãos chineses têm sofrido nos últimos anos, e representa uma inqualificável violação de um dos mais básicos direitos dos seres humanos, que é a liberdade religiosa.

Até quando persistirão as autoridades chinesas em violar de forma sistemática os direitos, liberdades e garantias fundamentais, e em perseguir de forma simplesmente abjecta com longas penas de prisão (e até quantas vezes com a pena de morte), os cidadãos que simplesmente querem exercer os seus direitos e viver a sua vida em paz?
Até quando as autoridades dos países ocidentais continuarão a fechar os olhos a esta aberrante e anacrónica forma de perseguição dos cidadãos, quando bem poderiam, por exemplo, condicionar a celebração de acordos comerciais ao respeito pelos direitos humanos?

Sob pena de gravíssima conivência – e até de cumplicidade – com esta situação, constitui obrigação inequívoca de todos os governos do Ocidente procurar por todas as formas ao seu alcance pressionar a China a cumprir escrupulosamente os direitos humanos, a Carta das Nações Unidas e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

E a não pactuar com a aplicação de penas de prisão a cidadãos que não querem mais do que simplesmente exercer uma forma de culto religioso diferente da que é aceite pelos cânones oficiais, como é o caso do catolicismo, ou o cristianismo de uma forma geral.

Ainda que o catolicismo, ou o cristianismo, também não tenham deixado de, por sua vez, perseguir impiedosamente até à morte os praticantes de outros cultos religiosos, como foi, durante tantos séculos, por exemplo, o caso dos judeus.

E ainda que o próprio livro sagrado de todos os cristãos, a Bíblia cuja distribuição missionária e inegavelmente corajosa mereceu a Cai Zhuohua uma pena de três anos de prisão, preconize a pena de morte por apedrejamento (Deut. 13:6 e 17:2) a quem praticar culto religioso distinto do do «Senhor Teu Deus».




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