quarta-feira, 5 de outubro de 2005

 

Júlio Pinto










Júlio António Batista de Araújo Pinto
(13 de Junho de 1949 – 5 de Outubro de 2000)

Júlio Pinto nasceu em Oliveira de Azeméis no dia 13 de Junho de 1949.

Será sempre inevitável a associação do seu nome às crónicas que escreveu no semanário «O Independente» e às mordazes críticas literárias que ali fazia no seu famosíssimo «Gremlin Literário», mas principalmente aos textos que, com o desenhador Nuno Saraiva, fez para as bandas desenhadas «Filosofia de Ponta», « A Guarda Abília» e «Arnaldo o Pós-Cataléptico» e ainda à sua participação nas «Crónicas de Escárnio e Maldizer» da «TSF».

Júlio Pinto começou, ainda muito jovem, uma intensa actividade política como militante do Partido Comunista Português, que de início escondia mesmo dos seus próprios pais, e viveu longos anos na clandestinidade.
Acabou por ser preso pela PIDE, denunciado por um “amigo” que o reconheceu na rua e a quem sempre se recusou a guardar rancor.

Depois do 25 de Abril de 1974 Júlio Pinto fez parte, como jornalista, da equipa fundadora do extinto jornal «O Diário», uma espécie de órgão oficioso comunista.
Mas cedo Júlio Pinto entrou em rota de colisão com a direcção do jornal, não se coibindo de acusar abertamente o seu director, na ocasião Miguel Urbano Rodrigues, de censura rigorosa aos artigos que escrevia.

Já no ano de 1981, a solidariedade prestada ao militante do P.R.P. Carlos Antunes (que na ocasião se encontrava preso e em greve da fome) foi a gota de água que lhe valeu o despedimento do jornal e a expulsão do P.C.P.


Quis o destino que desaparecesse muito prematuramente, levado por uma doença que, até mesmo ao último momento, persistiu em esconder de todos.

Recordarei sempre o Júlio como um amigo de uma extraordinária inteligência e de uma cultura e uma experiência de vida notáveis, e com quem era extremamente gratificante ficar a conversar até de madrugada.

Desde que não nos faltasse a Super-Bock, claro...

Se estivesse ainda entre nós, é certo e sabido que o Júlio já teria criado um blog, a que daria um nome qualquer, com toda a certeza que tivesse um duplo sentido, irónico e mordaz.

E que blog seria!...




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