sexta-feira, 25 de março de 2005

 

Puxar Pelos Galões


Foi noticiado que alguns agentes da Brigada de Trânsito da GNR que passaram multas a superiores hierárquicos têm sofrido retaliações, sendo alvo de processos disciplinares onde são acusados de não terem feito a saudação militar que lhes é imposta pelo regulamento.

Quem teve algum contacto com a instituição militar saberá bem que, muito provavelmente, os guardas serão efectivamente punidos e os oficiais superiores, pelos vistos muito preocupados com o mais rigoroso cumprimento da lei e dos regulamentos, ficarão escandalosamente impunes.

Mas nem sempre é assim.
Felizmente ainda há cidadãos que não querem aproveitar-se do cargo ou da posição que ocupam para seu benefício pessoal.
É, por exemplo, o caso de Pedro Santana Lopes.

Conta-se que o ex-Primeiro-ministro, já nas últimas semanas do seu Governo, viajava tranquilamente na auto-estrada Lisboa-Porto quando foi acometido de uma súbita e irreprimível vontade de urinar.
Não teve outro remédio senão parar e, escondido o melhor possível atrás do carro, lá começou a fazer o que ninguém podia fazer por ele.
Mas eis que um carro patrulha da GNR aparece como vindo do nada (não é sempre assim?), e surpreende o Primeiro-ministro naquela delicada função.

Imediatamente o guarda aborda-o:
- A urinar na auto-estrada? O senhor desculpe mas vou ter de o autuar!
Mas nisto reconhece Pedro Santana Lopes na pessoa do infractor, e imediatamente muda de ideias:
- Ah! É o Sr. Primeiro-ministro! Peço imensa desculpa. Faça favor de seguir.
Mas Santana Lopes, com toda a dignidade, diga-se desde já, virou-se para o guarda e disse-lhe:
- Não Senhor! Nem pensar! Eu sou um cidadão como os outros. De facto, quando estava a urinar na auto-estrada, eu estava a violar a lei. Por isso, o Sr. guarda faça o favor de me multar.
- Desculpe, Sr. Primeiro-ministro – retorquiu o guarda - mas não o vou multar.
- Multa sim senhor – insistiu Santana Lopes – já lhe disse que sou um cidadão como qualquer outro.
Mas o guarda teimou:
- Já lhe disse que não multo, nunca o poderia multar, Sr. Primeiro-ministro!
- Mas, ó homem: não multa porquê?
- Então o Sr. Primeiro-ministro está há meia dúzia de meses no Governo e já fez tanta merda, e era eu agora que o ia multar só por causa de uma simples mijinha?...



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