segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

 

O Cisma


O Arcebispo de Cantuária e líder espiritual dos anglicanos, Rowan Williams, admitiu que a polémica em torno do casamento entre homossexuais, e da própria recente ordenação do bispo de New Hampshire, Gene Robinson, que é confessadamente homossexual, tem causado graves cisões no seio da Igreja Anglicana.
Enquanto alguns sectores alegam que a Igreja deve interpretar a Bíblia sob o prisma do conhecimento moderno, aceitando as diferentes formas de sexualidade, os anglicanos mais conservadores defendem que a Bíblia ensina que os homossexuais cristãos terão de se arrepender, e até mesmo de abdicar totalmente de uma vida sexual.

A persistência das Igrejas americanas e canadianas em celebrar casamentos entre casais homossexuais, levou mesmo o chefe da Igreja Anglicana a solicitar a sua saída do «Conselho Consultivo Anglicano».
Antevendo inequivocamente um cisma no seio da Igreja Anglicana, Rowan Williams declarou que «serão muito elevados os custos da continuação desta evolução unilateral» e do modo complacente e tolerante como as Igrejas americanas e canadianas têm vindo a encarar a moral sexual e, muito em especial, a questão da homossexualidade.

É nisto que dá a falta de mais uns mil e quinhentos anitos de experiência à Igreja Anglicana.
Porque não fazem os anglicanos o mesmo que os católicos e, quando está em causa a homossexualidade no seio da Igreja e nos membros do clero, não fazem pura e simplesmente de conta... que o problema não existe?...

domingo, 27 de fevereiro de 2005

 

A Candidatura


O ministro da Economia da França, Hervé Gaymar, apresentou a sua demissão do cargo na sequência da polémica levantada com o aluguer de um apartamento às custas do Estado francês por mais de 14 mil euros mensais.

Depois deste súbito enriquecimento do seu currículo, agora com a sua demissão de um relevante cargo ministerial decorrente de um escândalo financeiro, e já que o seu estatuto de cidadão comunitário lho permite, espera-se a todo o momento o anúncio da candidatura de Hervé Gaymar... à Câmara de Oeiras...

 

I've done... questionable things...

.


...but nothing the God of biomechanics wouldn't let you into heaven for.

.

sábado, 26 de fevereiro de 2005

 

Imagens Perturbadoras



Esta é a página do livro do ensino básico que trata da educação sexual, e que na sua entrevista ao «Independente» João César das Neves disse que incitava as crianças à masturbação.





(Para ampliar a imagem, clicar -> aqui)


Temos de concordar com João César das Neves:
De facto, são imagens muito perturbadoras, não são?...


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

 

O Incentivo à Masturbação


O inefável João César das Neves deu recentemente uma entrevista ao «Independente».
O impagável beato, que se manifesta muito preocupado com a mudança de atitude da sociedade relativamente a coisas que estão a destruir a família, produziu nessa entrevista pérolas de inigualável brilhantismo e clarividência, de que não resisto a citar algumas ao acaso:

«A sociedade, ao longo dos tempos sempre considerou a homossexualidade como um comportamento aberrante. A Igreja afirma isso mesmo em vários documentos. É um acto contra aquilo que entendo como moral.
A sociedade está cada vez mais obcecada pelo prazer e acha que tudo o que dá prazer, independentemente das consequências, deve ser aceite. E isso prejudica a família».

«Hoje temos livros de educação sexual que incitam as crianças do ensino básico à masturbação.
Parece-me mal a educação sexual que o Estado está a impor às nossas crianças. Que tudo é igual, que tudo é equivalente, que a masturbação é uma coisa perfeitamente razoável, que as crianças devem descobrir a sexualidade umas com as outras...
A masturbação não é uma prática razoável. Nunca foi. É um desvio da acção sexual. A pessoa fica cada vez mais agarrada ao prazer, deixa-se controlar pelo prazer. Isso distorce a personalidade».

«A nossa obsessão pelo prazer carnal está a destruir a sociedade e a criar a decadência, como criou noutras sociedades. A nossa sociedade não é mais feliz, porque se entregou completamente ao prazer carnal».

«As pessoas não devem usar coisas que transformem o acto sexual numa simples questão de prazer e não de realização do amor na sua plenitude; com o preservativo a relação sexual passa a ser a mesma coisa que comer um pastel de nata. Isso destrói a relação entre marido e mulher.
O acto sexual não é só uma questão de prazer. Limitá-lo ao prazer é transformar uma coisa humana numa coisa mecânica, animal.
A Igreja não condena o uso do preservativo. A Igreja condena o deboche. Fazendo o que a Igreja diz, ou seja, tendo relações sexuais dentro do casamento, deixa de haver sida».



Admito que estou com dificuldades em resistir a fazer alguma piadas brejeiras sobre estes brilhantes pensamentos de João César das Neves.
Assim qualquer coisa como algumas indirectas sobre tamanhos, capacidades e performances, ou mesmo perguntar se um homem casado que declara que o prazer carnal prejudica a família, sabe bem ao que se está a candidatar…
Mas isso é lá com ele.

Mas confesso que nunca entendi porque raio é que o sexo e o prazer sexual hão de ser encarados como ofensas a Deus.
Porque raio há de haver pessoas que pensam que a homossexualidade, a masturbação ou qualquer tipo de prazer sexual, que não tenha como objectivo imediato a procriação, constituem uma grave ofensa à divindade?

Que raio de incómodo pensará esta gente que Deus sente, quando um adolescente se masturba?
Que raio de incómodo sentirá esta gente?
Que raio de distorções da personalidade pensa esta gente que a masturbação provoca?
Que raio de decadência sofrerá uma sociedade quando alguém se masturba?

Porque carga de água o relacionamento sexual de um casal não há de ser encarado com tanta naturalidade como comer um pastel de nata?
Que mensagem divina terá este gente recebido para interpretar o sexo como uma coisa pecaminosa, horrível, abominável e que até condena as pessoas às mais severas penas do Inferno?

Pergunto-me mesmo de que raio de patologia esta gente sofrerá para ter tantos sentimentos de culpa, de cada vez que tem relações sexuais?
Porque insistirá esta gente em privar-se a si própria de um dos mais importantes componentes, e até instintos, da vida de um ser humano?
De que perturbação da personalidade sofrerá?
Pergunto-me de que raio de disfunção sexual poderá uma pessoa sofrer quando pensa que a prática frequente de relações sexuais num casal destrói a relação entre o marido e a mulher, em vez de a solidificar e aprofundar?

E pergunto-me também que raio poderá ir dentro da cabeça de uma pessoa que até nos desenhos e esquemas explicativos dos aparelhos sexuais dos livros da instrução primária vê... um incentivo à masturbação?...

 

Continuo sem conseguir...


No «Quinto dos Impérios», o Fernando Albino parece indignado com o meu post sobre o dia do escutismo.

Diz ele que «a formação cívica, o espírito de camaradagem, o convívio com a natureza, a responsabilização do indivíduo, o respeito pelo próximo, o espírito de iniciativa sejam conceitos difíceis de entender e aceitar por muito boa gente».

Mas, meu caro Fernando Albino, não é isso que está em causa!
Os valores que refere são tão importantes e responsáveis como quaisquer outros.

O que está em causa é a integração desses valores de modo a que não pareçam tão despropositados ou descaracterizados como se resultassem dos estatutos de uma qualquer «Mocidade Portuguesa» ou de uma «Juventude Hitleriana».
Isso sim, é o que está em causa.

E mesmo quando diz que não percebe e não pode admitir que «disfarçado de preocupação pelo bem estar das crianças, se desenvolva um discurso intolerante e ignorante sobre um movimento que devia merecer o nosso respeito e apoio», o que está a fazer é não mais do que partir do fim para o princípio.

Porque saber se o movimento «merece todo o nosso respeito e apoio» é precisamente o que está por demonstrar.
Como está por demonstrar quem é, afinal, intolerante.

Ora, no meu post faço somente duas críticas que, muito curiosamente, o Fernando Albino nem sequer refuta.
E que passam, a primeira delas, pelo militarismo da farda que vestem às crianças, como corolário de princípios de obediência incondicional e de subordinação do indivíduo ao grupo e à comunidade.
E a segunda, pela referência à selecção da entrada das crianças no movimento pela sua orientação sexual e pela sua crença religiosa.
E é tudo.
Pelos vistos são críticas acertadas, pois não tiveram refutação.

Claro que digo ainda que, à crítica da selecção pela crença religiosa, os escuteiros respondem «que existe outra organização similar aberta às demais crenças religiosas, onde as crianças não-católicas se podem perfeitamente inscrever».
E digo também que até hoje ainda não consegui que nenhum escuteiro percebesse que isso ainda é pior do que se houvesse somente uma única organização...

E, pelos vistos, continuo sem conseguir...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

 

Vae Victis!


É interessante observar a reacção aos resultados eleitorais vinda dos simpatizantes dos partidos derrotados.
Que fique claro: não com um qualquer espírito de amesquinhamento de quem desconhece que nestas eleições somente se iniciou mais um ciclo político de duração e resultados ainda incertos.
Mas tão somente com a curiosidade de observar a posteriori as justificações de quem ainda há meia dúzia de dias se recusava a constatar as evidências, que deviam estar a entrar-lhes pelos olhos adentro.

O próprio Paulo Portas, embora se tenha demitido na noite das eleições, parece dizer que parte da culpa da sua derrota é do povo português, o único da Europa que teve a ousadia de colocar um partido trotskista à distância de 1% do partido democrata cristão.
Como se se esquecesse que o líder desse partido democrata cristão é... ele próprio.
E como se quisesse que todos acreditemos que, no final, não continuará a liderar o partido, depois de «não ter outro remédio» senão ceder aos seus impulsos patrióticos e às pressões dos mais dedicados militantes partidários, muito condoídos e comovidos com a sua voz embargada e chorosa no discurso da derrota.
Assim tudo fica mais claro: Portas demite-se, mas pouco...

Santana Lopes aparentemente continua sem se aperceber do que se passa à sua volta.
Sem sequer ter tido a hombridade de assumir politicamente, logo na noite das eleições, as consequências da derrota esmagadora a que conduziu o PSD, Santana Lopes abriu caminho a uma sucessão descontrolada e pouco dignificante para o partido.
É incrível como Santana Lopes demorou dois dias a perceber que, em qualquer congresso, sairia pela porta pequena e de rabo entre as pernas, provavelmente até com menos votos que um Luís Filipe Menezes qualquer.
Só falta vê-lo tentar culpar Cavaco Silva pela derrota nas eleições.
E lá continuará a fazer de conta que acredita que está a traçar uma misteriosa e brilhante estratégia que um dia fará dele Presidente da República.
Sem perceber que, de Morais Sarmento a Rui Rio, foi já abandonado por todos.

Pacheco Pereira, pelo seu lado, continua a fazer de conta que quem foi derrotado nas eleições foi somente Pedro Santana Lopes, e não o próprio PSD no seu conjunto.
E a fazer de conta que já se esqueceu que quem colocou Santana Lopes naquele lugar foi o Conselho Nacional do PSD.
Por unanimidade!

O Padre Lereno, que ficou célebre por nas suas homilias radiodifundidas apelar a um voto que convinha às suas pias convicções, terá sido um dos mais copiosamente derrotados nestas eleições.
Sujeita-se agora que lhe atirem à cara que dois terços dos portugueses aceitam o divórcio, o uso do preservativo, o casamento homossexual, o aborto e até, bem vistas as coisas,... a poligamia!

Até o inefável Luís Delgado está misteriosamente silencioso, privando-nos das suas brilhantes crónicas de isento e profundo conteúdo.
Deve estar a fazer de conta que a reviravolta eleitoral que previu que em cima da hora ia contrariar todas as sondagens só não ocorreu por culpa... da própria reviravolta, que até estava escrita nas estrelas.
Que ingratas, essas estrelas!

E na hora em que a derrota deveria ser assumida com dignidade, haverá sempre alguém, como Paulo Pinto Magalhães, no «Acidental» que finge que acredita que comparado com José Sócrates, a quem acusa de ser «um homenzinho que nem sequer sabe vencer», Paulo Portas sai vencedor, porque soube assumir a derrota e retirar dela todas as consequências.
Fingindo de conta que não vê que é ele próprio que não sabe perder, e fingindo que acredita que as derrotas depois de assumidas... passam a glorificar o derrotado.

Até o Rodrigo Moita de Deus, também no «Acidental», desabafa que no dia 21 acordou com a sensação que estava em 1975.
Sabes uma coisa, Rodrigo?
Eu também nesse dia acordei com a sensação de que a dignidade tinha sido devolvida a Portugal.
Acordei com a sensação que a rebaldaria tinha finalmente acabado e que, de facto, estava novamente em 1975: no dia 25 de Novembro!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

 

O Dia do Escutismo











Robert Stephenson Smyth Baden-Powell
(22 de Fevereiro de 1857 – 8 de Janeiro de 1941)

Baden-Powell foi o fundador do movimento Escuteiro.
Por isso, o dia do seu nascimento é considerado «O Dia do Escutismo».

O Escutismo é um movimento de juventude destinado à «educação integral» dos jovens de ambos os sexos e baseado no voluntariado.
Em Portugal, a principal organização de escuteiros é representada pelo «Corpo Nacional de Escutas» (C.N.E.), que se assume como um movimento da Igreja Católica e que protagoniza o desenvolvimento dos jovens e a sua realização nas comunidades onde se inserem.

Estranhamente, e apesar da proclamação destes princípios, o Corpo Nacional de Escutas é uma organização de juventude que selecciona os jovens que queiram alistar-se nas suas fileiras quer pela sua orientação sexual, quer pelas suas crenças religiosas, não permitindo a entrada de crianças que não sejam católicas.
A esta crítica, os garbosos escuteiros respondem que existe outra organização similar aberta às demais crenças religiosas, onde as crianças não-católicas se podem perfeitamente inscrever.

Até hoje, ainda não consegui que nenhum escuteiro percebesse que isso ainda é pior do que se houvesse somente uma única organização...

Nos últimos tempos têm sido conhecidos em todo o mundo inúmeros casos de crianças que, independentemente da sua idade, são sumariamente expulsas dos seus grupos de escuteiros por se terem tornado suspeitas de serem homossexuais.

Os Escuteiros são ainda conhecidos por mandarem vestir fardas a crianças.
Decerto como corolário dos seus princípios de obediência incondicional e de subordinação do indivíduo ao grupo e à comunidade onde se insere, e sempre em «comunhão eclesial».

Ficou celebre a definição do cómico brasileiro, Juca Chaves:
«Os escuteiros são um grupo de meninos vestidos de imbecil, comandados por um imbecil vestido de menino».

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

 

O Mínimo de Dignidade


Naquele dia 4 de Dezembro de 2004 estava já todo o grupo de amigos reunido para jantar.
Só faltava um desses amigos.
Mas a justificação para o atraso era boa: estava no Conselho Nacional do PSD, dando o seu contributo militante ao partido em que acreditava, principalmente naqueles tempos politicamente delicados.

Quando finalmente chegou, todos os amigos o assaltaram, interrogando-o insistentemente, e procurando saber em primeira mão que novidades havia, que novos rumos o principal partido do Governo tinha traçado para a estratégia política das eleições legislativas que se aproximavam.

O entusiasmo lia-se nos seus olhos e não foi precisa muita insistência para sabermos em primeira mão o que nos reservavam os tempos mais próximos.
A primeira novidade que nos contou foi a decisão unânime do Conselho Nacional do PSD em concorrer às eleições coligado com o PP:
- Vamos dar-lhes a mão. O Portas tem-se portado com uma grande dignidade, e a lealdade que nos tem demonstrado nestes tempos de dificuldades tem de ser devidamente recompensada. O gajo bem merece.
- Mas tens a certeza que não é o próprio Paulo Portas que quer concorrer separado do PSD?
- Estás maluco? Pensas que o Portas é parvo? Ele sabe bem que os resultados eleitorais de uma coligação entre o PSD e o PP são sempre superiores aos resultados dos dois partidos, caso concorram isoladamente. Só tem a ganhar se concorrer em coligação. Ele e nós!
- Mas tu não achas que ele vai querer capitalizar o normal desgaste do PSD à direita, procurando demarcar-se dos erros do Governo, procurando sobrevalorizar o seu próprio papel e o dos ministros do PP na coligação?
- Nem pensar! O Portas não é gajo para isso: ao longo destes três anos já demonstrou bem a sua lealdade à coligação e ao Governo, e até ao próprio Santana Lopes, de quem é amigo pessoal há uma porrada de anos.

Como é bom de ver, logo de seguida vieram as provocações dos amigos, procurando “tirar nabos da púcara” do renovado entusiasmo daquele ferrenho militante do PSD:
- E tu pensas que é em coligação com o PP que vocês se vão safar? Já viste o que dizem todas as sondagens? E os resultados das eleições europeias, não te dizem nada?
Mas o seu entusiasmo só redobrou:
- Aí é que tu te enganas! Agora é que se vai ver o verdadeiro Santana Lopes. Agora é que vamos soltar o animal político que tem estado preso na pele de Primeiro-ministro. Sabes lá o que é o homem em campanha, pá, a sua habilidade de falar às pessoas, ao povinho do interior, à malta que na realidade conta e que dá votos. Isto ainda vai dar a volta, vais ver.
- E tu pensas que os outros andam a dormir? O Sócrates dá-lhe a volta com uma pinta do caraças, como fazia nos debates da RTP. E o Louçã, não conta? Andas, andas, ainda se repetem os resultados das eleições europeias e levas com uma maioria absoluta nos queixos, que até andas de lado.
- Ah! Mas agora é que vem a melhor parte: é que o Sócrates tem uma data de rabos de palha do tempo em que fazia parte do Governo do Guterres. Isso vai ser tudo esmiuçadinho, tudo investigado. Vem tudo cá para fora. Mas mais: sabes bem que o povo português não tolera um político de sexualidade duvidosa.
- De sexualidade duvidosa? Estás maluco? O Sócrates não é roto, pá!
A estas palavras, olhou muito lentamente com um ar misterioso para toda a malta em seu redor, e riu a bandeiras despregadas:
- Não é roto, mas vai passar a ser!!!



Os resultados das eleições de 20 de Fevereiro e a maioria absoluta que o povo português entendeu confiar ao Partido Socialista e a José Sócrates não representam só uma vitória histórica do PS; significam muito principalmente a derrota de quem não soube demonstrar a sua competência nos três anos de que dispôs, e de quem deixou aos portugueses a sensação de que, em vez de melhorar, só piorou as coisas, no meio das maiores confusões e das mais ridículas trapalhadas.

Para mim, pessoalmente, estes resultados concedem a Sócrates e ao PS o benefício da dúvida e um “estado de graça” temporário para mostrarem aquilo de que são capazes.
Perdoem-me o lugar comum: para bem de Portugal, oxalá dêem conta do recado.

Mas, como a história que acima contei bem o demonstra, estes expressivos resultados representam muito principalmente a derrota da consciente e deliberada iniquidade com que esta campanha eleitoral e este combate político foram conduzidos.

Uma vez mais o povo português demonstrou que sabe bem distinguir quem detém ou não um mínimo de dignidade para ser Primeiro-ministro de Portugal.

domingo, 20 de fevereiro de 2005

 

Já reparou?

.



















O fino e premonitório humor de Luís Afonso.
.

sábado, 19 de fevereiro de 2005

 

O Atentado


Eram cerca das 17,00 horas do dia 13 de Maio de 1981.
O Papa João Paulo II atravessava lentamente a Praça de São Pedro num veículo descapotável, o que lhe permitia abençoar e saudar a multidão de fiéis que o seguia.

De súbito, ouviram-se quatro tiros!
As pessoas que se encontravam mais próximas puderam ver o Papa dobrar-se para a frente, lívido de dor, ao mesmo tempo que as suas roupas imaculadamente brancas ficavam manchadas de sangue.
Tinha sido atingido por três balas: no abdómen, num braço e num dedo da mão esquerda. A quarta bala foi atingir uma mulher que se encontrava próxima.

De imediato, João Paulo II foi levado para a Policlínica de Roma, onde foi operado durante mais de quatro horas.
O bárbaro ataque de que foi alvo quase matou o Papa, que esteve mesmo vários dias entre a vida e a morte. Felizmente acabou por recuperar, embora tenha perdido 55 centímetros de intestino e se creia que os ferimentos lhe tenham causado profundas sequelas para o resto da sua vida.

O autor do atentado, um extremista turco de nome Mehemed Ali Agca foi imediatamente preso, já prestes a ser linchado pela multidão.
Ali Agca, que explicou que tinha agido por «motivos políticos», foi condenado a prisão perpétua, embora tenha cumprido somente 19 anos daquela pena.
Em 2000 foi amnistiado pela justiça italiana e foi extraditado para a Turquia, onde cumpre agora uma pena de prisão pelo homicídio de um jornalista.

Dois anos depois do atentado o Papa visitou Ali Agca na prisão e disse-lhe que o perdoava.

No ano 2000 a Igreja Católica surpreendeu o mundo inteiro, ao decidir finalmente revelar a terceira parte do segredo de Fátima.
Segundo foi anunciado, o segredo há tanto tempo guardado estava relacionado com a previsão do atentado contra o Papa em 1981, precisamente num dia 13 de Maio.
O próprio Papa referiu que tinha sido a Virgem Maria a salvar-lhe a vida.

Ou seja: a acreditar-se nas aparições de Fátima e nas mensagens transmitidas pela Virgem Maria aos Homens, quer então dizer que o atentado ao Papa estava já previamente determinado.
Era impossível que não acontecesse!
Estava “escrito” há já 64 anos que, no dia 13 de Maio de 1981, haveria inexoravelmente de acontecer na Praça de São Pedro um atentado ao Papa João Paulo II.

Quer então isto dizer que o próprio Ali Agca foi um simples fantoche, um mero instrumento, da realização e da concretização das previsões da Virgem Maria.

Ali Agca agiu, portanto, sem qualquer possibilidade de determinação própria, e sem que, afinal, tivesse sequer liberdade de escolha de simplesmente... não disparar contra o Papa.

Agiu sem que a sua vontade tivesse sido livre para se comportar de maneira diferente.
Pois, se o tivesse feito, as previsões da Virgem não se teriam cumprido.
O que é, obviamente, impensável.

Ora, se assim foi, não terá Mehemed Ali Agca sido preso injustamente?...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

 

Vade Retro, Satanás!


Segundo ouvi na «SIC Notícias» e li também no «Diário Digital», a Universidade do Vaticano acaba de lançar um novo curso de exorcismo, onde os padres católicos aprenderão a expulsar demónios e espíritos malignos do corpo.

Segundo o responsável pelo curso, o melhor e mais competente exorcista terá de ser inteligente, e será aquele que consiga reunir a sua força com a força de Deus.
Aparentemente, a eficácia do exorcismo reside na invocação do nome de Jesus Cristo e na recitação repetida desta fórmula:
«Em nome de Jesus, vai-te!»

Confesso que não entendo esta súbita e renovada necessidade da Igreja Católica na formação de novos exorcistas.
De facto, é bem sabido que para os mais diversos tipos de médiuns, ou mesmo para pessoas atacadas por espíritos ou pelos demónios mais variados, a medicina psiquiátrica oferece já há muito uma cura muito satisfatória.

Pelos vistos, para os exorcistas é que ainda não...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

 

O Divórcio Amigável


De facto as coisas já não andavam bem há bastante tempo.
Por isso, não foi surpresa para a Isabel quando o Carlos nesse dia finalmente a confrontou com a inevitabilidade do divórcio. Ambos bem sabiam que eram os miúdos, de 8 e 10 anos, que ainda os aguentavam juntos.
Mas já não dava.
Ela até já andava desconfiada que havia «mouro na costa» e que havia mesmo qualquer coisa entre o marido e aquela colega lá da fábrica. Mas o que é que isso interessava agora?

Nessa noite ela já dormiu no quarto das crianças.

Teriam que ir a um advogado, talvez fosse melhor. Mas o Carlos era uma pessoa muito mais prática:
- Um advogado? Estás maluca? Leva-nos couro e cabelo pela porcaria do divórcio. O filho do Silva, que está a estudar direito, disse-me que não é obrigatório advogado e que podemos tratar de tudo na Conservatória do Registo Civil sem gastarmos nada. Não é um divórcio amigável?

De facto, na Conservatória uma moça espectacular, uma daquelas funcionárias que já não se usa, explicou-lhes tim-tim por tim-tim o que tinham de fazer. Até lhes deu umas fotocópias com as minutas dos papéis que tinham de assinar e entregar lá depois.
Prepararam tudo em casa: ele escreveu tudo como estava nas fotocópias, numa letra muito redonda e certinha. E lá foi entregar os papéis à Conservatória. Tudo pronto!
Advogados para quê? Isso é que era bom! Não tinha ficado tudo combinado e muito bem escrito?

Os miúdos ficavam com a mãe. O Carlos, que sempre foi um pai generoso aprontou-se logo: como ganhava 520 contos e a Isabel ganhava só 120, ficava a dar 100 contos por mês para as crianças.
Mas o melhor era escrever nos papéis que dava 20 a cada um, porque «há viveres e há morreres» e sempre que pudesse até dava mais, que o que queria era o bem dos filhos. E, como é claro, ficava com os miúdos aos fins de semana e ela nos outro dias todos.
Era justo, concordou a Isabel. Qual era o problema? Depois logo se via. O divórcio não era amigável? Sempre tinha sido o Carlos a tratar das papeladas, que ela não tinha jeito nenhum para aquilo. Eram pessoas civilizadas. Haviam de se entender.

De seguida, combinaram que a casa, que tinham comprado com um empréstimo à Caixa, ficava para o Carlos, que depois dava metade do valor à Isabel. Depois ela pegava no dinheiro e dava entrada para outra casa. Os pais haviam de a ajudar. Até lá, ficavam os dois a morar na casa, que ela dormia no quarto dos miúdos.
Por isso, no papel que tinha escrito «acordo sobre o destino da casa de morada de família» escreveram que a casa ficava para o Carlos.

Depois, no papel que dizia «relação dos bens comuns do casal e respectivos valores» seguiram o conselho da funcionária e escreveram que tinham a casa e mais nada, que não era preciso mais burocracias.
Finalmente, escreveram no último papel que não queriam nada um do outro depois do divórcio. Nada de pensões: cada um ia à sua vida.

Quando receberam o aviso da Conservatória, lá foram. Com o coração apertado, mas ambos resignados: aquele era o primeiro dia do resto das suas vidas.
A Conservadora, também muito simpática e compreensiva, ainda lhes perguntou se não se queriam reconciliar. Mas não. Estava tudo decidido.
Perguntou-lhes então se confirmavam tudo o que estava na papelada. Sim, claro que confirmavam.
Assinaram mais um papel e já estava! Nem tinham passado cinco minutos. Tudo pronto.
Só faltava tratar dos bilhetes de identidade novos.
E lá foram eles para casa.

Mas não é que foi mesmo no Natal que as coisas foram correr mal?

Ela tinha pensado passar o Natal com os miúdos na casa dos pais. Foi comprar umas prendas de última hora e quando chegou a casa, mal pôs a chave à porta, o seu coração deu um salto:
A chave não servia!!!

Tocou à campainha. Ele entreabriu a porta: sim, tinha mudado a fechadura.
Ela nem acreditava no que se estava a passar à sua frente:
- Desculpa lá Isabel, mas é assim: o Natal é a um Sábado e está escrito que os miúdos ao fim de semana ficam comigo. Por isso vão passar o Natal aqui em casa comigo e com a Sofia, a minha colega lá da fábrica. Tu tens que ir para casa dos teus pais.
- Mas a casa não é dos dois? Eu tenho tanto direito à casa como tu!
- Não, não, pá! O que está escrito é que eu é que fico com o direito a morar na casa até se decidir a questão da partilha dos bens. Tu não tens direito nenhum à casa. É isso que quer dizer o acordo. E se chateias muito, chamo a polícia, que eu tenho aqui o papel da Conservatória que diz isso tudo. Foi o papel que tu assinaste!
- Mas não foi isso que a gente combinou! E ainda por cima só depositaste 40 contos para os miúdos em vez dos 100 que te comprometeste. Só com esse dinheiro não os consigo sustentar! O que é que eu vou fazer da minha vida?
- Dos 100 que me comprometi? Tu estás é mas é maluca! Não está escrito que eu tenho de dar 20 contos por mês para cada miúdo? Foi o que eu depositei! O que é que tu queres mais? Na segunda-feira vens cá buscar os miúdos, se quiseres, claro, e podes levá-los para casa dos teus pais. Se não quiseres, eles ficam comigo, que eu não me importo. Agora estamos divorciados, cada um trata de si. Vá, pira-te!!!

Foi o pior Natal da sua vida. O primeiro sem os miúdos.

Logo na segunda-feira foi a um advogado.
- Mas não foi isso que a senhora assinou? Imagina a trabalheira que dá impugnar isso tudo em Tribunal, se é que é ainda possível? E o tempo que vai demorar? E o dinheiro que vai custar? Porque carga de água assinou isso?
- Mas eu fiz tudo como aquela senhora simpática da Conservatória nos ensinou!!! Ela não é funcionária pública? Não está lá para ajudar as pessoas, para as ensinar a fazer os divórcios? E não é responsável? Eu fiz tudo direitinho como ela disse... E agora?...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

 

O Prematuro

.

.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

 

A Fé das Pessoas


Será possível falar de Fátima sem ser acusado de amesquinhar ou desrespeitar a fé das pessoas?
Não digo falar da fé das pessoas; nem sequer falar de Deus. Isso é outra conversa.
Digo, antes, falar de um acontecimento físico, de uma materialização do divino que me dizem que ocorreu naquele local.
Também não quero falar de quem acredita que essa manifestação de Deus junto dos Homens ocorreu de facto. Isso seria, uma vez mais, falar da fé.

O que pergunto, pois, é se será possível discutir racionalmente uma intervenção divina, uma materialização na Terra de uma qualquer realidade transcendental.
Ou isso não me é permitido?

Mas, afinal, não é Fátima essencialmente isso mesmo? Não é Fátima «a prova» da existência de uma realidade metafísica que se materializou utilizando a leis da física?
Não é Fátima, afinal, a própria celebração dessa manifestação física e racional?
Então porque não a posso discutir física e racionalmente?

Não será, antes, o mero recurso à crença numa manifestação física de uma divindade, para com isso se encontrar uma prova da sua existência, a própria negação da fé?

Será a discussão racional da realidade física das manifestações divinas que amesquinha e desrespeita a fé das pessoas?
Ou será antes essa estranha necessidade que essas mesmas pessoas têm de encontrar provas físicas da existência do divino, que minimiza a sua própria fé?

Porque será que me dizem: «Olha! A Virgem Maria apareceu em cima de uma azinheira!», e depois me acusam de amesquinhar a fé das pessoas quando pretendo falar do assunto?
Será que falar nisso é só por si amesquinhar e desrespeitar a fé das pessoas?

É que me dizem que a mãe do próprio Deus, o Todo-Poderoso, decidiu transmitir uma mensagem aos Homens.
Que mensagem, pela sua transcendental importância, exigiria a presença da própria Virgem Maria, em pessoa, para ser comunicada aos Humanos?
Já não me refiro ao aproveitamento político posterior, ou sequer à referência que a Virgem teria feito a Salazar – que nisso nem o próprio Salazar, decerto, acreditou.

Refiro-me somente à mensagem original, relatada nos dias imediatos às aparições.
Nessa importante mensagem à Humanidade, a mãe de Deus transmitiu-nos três coisas:

Na primeira, disse-nos uma banalidade;
Na segunda, fez uma previsão inútil, e que só nos foi transmitida depois de ocorrer o facto previsto;
Na terceira... enganou-se!...

Serei eu mesmo, afinal, quem amesquinha e desrespeita a fé das pessoas?
Serei eu?...

 

Nat King Cole


Nathaniel Adams Coles nasceu a 17 de Março de 1919 e morreu a 15 de Fevereiro de 1965.

Dotado de uma voz única, mas cujas qualidades ele próprio nunca reconheceu, Nat King Cole foi um extraordinário músico de jazz embora tenha sido o sucesso conseguido em 1950 com «Mona Lisa», uma balada romântica, que definitivamente lhe granjeou fama universal.

Nat King Cole foi o primeiro negro americano a ter o seu próprio programa de rádio. Mas lutou sempre com inúmeras dificuldades para a obtenção de patrocínios publicitários, já que não era vulgar encontrar um empresário que arriscasse ligar o nome do seu produto a um homem negro.
Chegou mesmo a ser atacado no palco durante uma actuação em Birmingham, no Alabama, por membros de um tal «Concelho dos Cidadãos Brancos», que protestavam contra a sua exibição na cidade, e que tentaram mesmo raptá-lo.
Nat King Cole prometeu então nunca mais actuar em qualquer Estado do sul, e cumpriu a sua palavra.

Em 1948 comprou uma casa num bairro branco em Los Angeles, Califórnia. De imediato foi visitado pela «Associação de Proprietários» que o avisaram que não toleravam a presença de “indesejáveis” na vizinhança.
Mas Cole respondeu-lhes:
«Em também não tolero a presença de indesejáveis na minha vizinhança; descansem que se eu vir algum indesejável a aproximar-se, serei o primeiro a apresentar queixa».
Contudo, a sua família nunca deixou de ser incomodada. Eram muitas vezes insultados na rua e era frequente acordarem a meio da noite com manifestações ruidosas na rua ou vidros partidos. Por várias vezes lhes puseram no jardim grandes cruzes de madeira a arder.

Fumador inveterado, morreu de cancro de pulmão no dia 15 de Fevereiro de 1965.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

 

Enfim, livre


Morreu Maria Lúcia de Jesus e do Imaculado Coração de Maria.
Tinha 97 anos.

Juntamente com os primos Francisco e Jacinta, Lúcia foi aos 10 anos de idade escolhida para ser vidente da Virgem Maria, no lugar da Cova de Iria. Os primos tinham 9 e 7 anos.
Mortos ainda crianças, e já beatificados pela Igreja, Francisco e Jacinta nunca relataram qualquer visão ou conversa com a Virgem.
Francisco, muito tímido e introvertido limitava-se a acenar, sim e não com a cabeça, às perguntas que lhe faziam; Jacinta, invariavelmente dizia: «a Lúcia é que sabe».
Com a morte de Lúcia a canonização dos três videntes deverá ocorrer muito brevemente.

Mas, afinal, que queria a mãe de Jesus - a mãe de Deus - transmitir à Humanidade, escolhendo para esse efeito três crianças?
Pois bem: para além de um segredo em três partes (de que se começou a falar somente algumas décadas mais tarde), e segundo as declarações da própria Lúcia nos dias imediatos às aparições, a Virgem Maria resolveu vir visitar os Homens para lhes dizer, em primeiro lugar, que queria que «se espalhasse a devoção do terço», a fim de evitar «os castigos que pesariam sobre Portugal se os portugueses não se emendassem».
Depois, disse-lhes que «o Nosso Senhor está muito irritado com o pecado dos homens, sobretudo com o pecado da carne».
Finalmente, ensinou-lhes uma pequena jaculatória, que deveriam repetir nas suas orações.

Na aparição de 13 de Outubro de 1917 a Virgem Maria transmitiu a Lúcia que a Grande Guerra acabava naquele mesmo dia e que os soldados portugueses que combatiam em França regressariam a Portugal.
Infelizmente a mãe de Deus não esteve aqui muito inspirada, já que a I Grande Guerra Mundial só terminou mais de um ano depois, a 11 de Novembro de 1918.
Como a guerra não terminasse, foi pedido a Lúcia um esclarecimento sobre a palavras da Virgem. Mas a vidente insistiu:
- A Nossa Senhora disse que mal chegasse ao Céu, a guerra acabava
- Mas a guerra não acabou.
- Acaba, acaba – teimou Lúcia.
- Mas então quando acaba?
- Cuido que no domingo.

Por ter sido escolhida para tão nobre tarefa, as autoridades religiosas decidiram que Lúcia, ainda criança, passaria o resto da sua vida em reclusão, afastada das nefastas influências do mundo.
A sua pena de prisão perpétua durou, assim, 87 anos.

Está, enfim, livre!

domingo, 13 de fevereiro de 2005

 

As manifestações divinas


Os desígnios de Deus são insondáveis.
Por isso, deverá constituir inequívoco dever e afirmação de fé de todos os humanos, pobres mortais, estar permanentemente atentos a todas as formas que Deus entenda escolher para manifestar a sua existência.
Por exemplo, a Virgem Maria, decerto cansada de andar por aí empoleirada sobre as árvores em recônditos lugarejos lusitanos, entendeu um dia testar a fé de Diane Duyser, da Florida, e apareceu-lhe numa tosta de queijo.

O Demo ainda fez com que a beata senhora trincasse um canto da sagrada tosta. Mas uma inspiração divina fê-la felizmente parar a tempo, o que lhe permitiu não só preservar a relíquia para a contemplação dos mortais, como ainda vendê-la no «Ebay» por 28.000 dólares.

Mas não se pense que as manifestações divinas ficam por aqui.
Não!
Desta vez foi Jesus Cristo, ele próprio, quem resolveu manifestar-se à Srª. D. Weisha Lau Chiu, de Hong Kong, e assim testar a sua fé.

Vai daí, resolveu aparecer-lhe no penso higiénico que a senhora tinha acabado de usar, e que só uma súbita e milagrosa inspiração divina a impediu de deitar fora.
Esta preciosa relíquia é agora carinhosamente preservada pela senhora, desconhecendo-se o lugar e condições onde a guarda, e se faz tenções de a vender.
Porque compradores interessados, isso haverá com toda a certeza.


É curioso como as próprias palavras de São Paulo (Hebreus 10:19) fazem agora muito mais sentido:
«Tendo, pois, irmãos, ousadia de entrar no santuário pelo sangue de Jesus».


 

World Press Photo Award 2004








O fotógrafo indiano Arko Datta, da Reuters, foi o vencedor do «World Press Photo of the Year award».

Esta sua emocionante foto de uma mulher indiana a chorar um familiar morto pelo Tsunami, foi tirada em Tamil Nadu no dia 28 de Dezembro de 2004.

sábado, 12 de fevereiro de 2005

 

Diz-me com quem andas...

.

.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

 

O Porco Judeu


No últimos anos tem-se assistido em todo o mundo Ocidental a um preocupante aumento do número de ataques racistas e anti-semitas, agora com especial incidência na Inglaterra e em França.
É curioso como parece que quanto maior e mais exacerbado é o fervor religioso de uma pessoa, mais fanática e intolerante ela é perante quem se lhe apresenta de modo diferente. Seja por ser judeu, negro, homossexual, comunista, ou qualquer outra coisa que pareça sair fora dos cânones.

Esta intolerância é para mim ainda mais chocante quando leio que na nossa civilizada Europa – 60 anos depois da libertação de Auschwitz – é cada vez mais frequente o ataque a crianças que vão a caminho da escola, e que são barbaramente espancadas pelo simples facto de serem judias.
Desde um adolescente a quem fracturaram o maxilar em três sítios, à criança de 12 anos que durante uma hora e meia teve de ser suturada pelos médicos aos profundos golpes que lhe fizeram na cara.
Ou como é o caso do adolescente nos Estados Unidos que foi amarrado e espancado até à morte por colegas, logo que estes descobriram que ele era homossexual.

Lembro-me da brilhante campanha contra o anti-semitismo que aqui há uns meses foi desenvolvida em França e que visava chocar as consciências e alertar para a incongruência que é o facto de a maior intolerância anti-semita ter origem precisamente nos mais conscientes e fiéis cristãos.
Foram exibidos cartazes com as figuras de Jesus e de Maria, onde estavam sobrepostas as inscrições “Sale Juif” e “Sale Juive” (Sujo Judeu e Suja Judia ou, numa tradução mais vulgar e corrente, “Porco Judeu” e “Porca Judia”).

E não há dúvida que chocou!

Mas não é mesmo curioso, como a profunda raiva, o autêntico ódio de morte que assistimos ser destilado perante os judeus ou até perante os homossexuais (e dos direitos de igualdade que se lhes reclamam), parecem precisamente provir de quem aparentemente perfilharia uma filosofia de tolerância, e de quem se arroga viver sob o lema «ama o teu próximo como a ti mesmo»?

Não é irónico que a maior intolerância provenha precisamente de quem se arroga campeão da tolerância?
Como se existisse até uma espécie “maldição”, ou uma infernal relação directa de causa e efeito: quanto mais cristão, mais intolerante...
E não é perfeitamente estúpido que o mais acérrimo anti-semitismo provenha de quem proclama como seu Deus precisamente... o maior de todos os judeus?

O que é facto é que toda a espécie de intolerância, seja racista, xenófoba, religiosa, homofóbica ou qualquer outra, tem de ser imediatamente encarada de frente!
Não somente porque a intolerância é estúpida, ilógica, injusta ou incongruente.
Mas, como também diziam os cartazes, principalmente por isto:
E se ela fosse um assunto de todos nós?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

 

A Lei Eleitoral


Em 2001, logo após a última campanha eleitoral para as eleições autárquicas, a CDU adoptou a táctica de em todo o país participar criminalmente contra todos os titulares de órgãos municipais que, segundo a sua opinião, tinham utilizado os meios do Estado para promoverem eleitoralmente os respectivos partidos políticos.
Sob os mais variados pretextos, centenas de autarcas foram «malhar com os ossos» no banco do Réus. Muitos deles foram condenados.
Se eram culpados, é muito bem feito!

O caso mais mediático, toda a gente se recordará, passou-se com a antiga presidente da Câmara Municipal de Sintra, Edite Estrela, cuja acusação se baseava num artigo publicado no Boletim Municipal e que, embora não tivesse sido escrito por si, era susceptível de ser interpretado como promoção à sua pessoa.

Ora, para além do aconselhamento pastoral difundido por uma estação radiofónica pública, são já inúmeros os casos nesta campanha eleitoral que dão conta da utilização de meios do Estado para a promoção partidária ou até mesmo pessoal.
Desde envio de cartas pagas pelo erário público, de viagens de 140 Km no «Falcon» do Estado para cerimónias de utilidade duvidosa, de deslocações a comícios partidários em viaturas do Estado, à convocação da comunicação social aos jardins do palácio do São Bento para a exibição mediática dos filhos do Primeiro-ministro, tudo tem sido permitido.
Tudo isto, claro, coisas parecidas com publicações de artigos em boletins municipais.

Aguardo com serenidade a reacção dos partidos políticos, da Procuradoria Geral da República e da Comissão Nacional de Eleições.
Entretanto, e como singela ajuda ao esclarecimento da legalidade, aqui vão parcialmente respigados três pequenos artigos da Lei Eleitoral da Assembleia da República:

Artigo 57º
( Neutralidade e imparcialidade das entidades públicas )
1. Os órgãos do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, das demais pessoas colectivas de direito público, das sociedades de capitais públicos ou de economia mista e das sociedades concessionárias de serviços públicos, de bens do domínio público ou de obras públicas, bem como, nessa qualidade, os respectivos titulares, não podem intervir directa ou indirectamente em campanha eleitoral nem praticar quaisquer actos que favoreçam ou prejudiquem uma candidatura em detrimento ou vantagem de outra ou outras, devendo assegurar a igualdade de tratamento e a imparcialidade em qualquer intervenção nos procedimentos eleitorais.
2. Os funcionários e agentes das entidades referidas no número anterior observam, no exercício das suas funções, rigorosa neutralidade perante as diversas candidaturas, bem como perante os diversos partidos.

Artigo 129º
( Violação de deveres de neutralidade e imparcialidade )
Os cidadãos abrangidos pelo artigo 57º, que infringirem os deveres de neutralidade e imparcialidade aí prescritos serão punidos com prisão até um ano e multa de 5.000$ a 20.000$.

Artigo 153º
( Abuso de funções públicas ou equiparadas )
O cidadão investido de poder público, o funcionário ou agente do Estado ou de outra pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer culto que, abusando das suas funções ou no exercício das mesmas, se servir delas para constranger ou induzir os eleitores a votar em determinada ou determinadas listas, ou abster-se de votar nelas, será punido com prisão de seis meses a dois anos e multa de 10.000$ a 100.000$.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

 

A América Latina


É terça-feira de Carnaval.
Nem de propósito, é a partir do Palácio de São Bento, residência oficial do Primeiro-ministro, que Santana Lopes faz declarações “informais”.
Fá-lo na qualidade de Primeiro-ministro, mas fala sobretudo da campanha eleitoral.

A este propósito, Pacheco Pereira diz:
«21:58 (JPP)
COMO ISTO ESTÁ
Contra Sócrates, boatos; contra Cavaco, a insídia. Como acontece com os boatos, também a insídia fica. Não há retorno».
«21:59 (JPP)
TEMPO DE ANTENA DE SANTANA LOPES PASSADO COMO NOTÍCIA
em todos os telejornais, gravado na residência oficial, e na qualidade do Primeiro-ministro. Estamos em plena América Latina».

A isto, Santana Lopes dirá:
Não faz mal. Ele já o deixou bem claro: vota no PSD à mesma.

E digo eu:
Como, muito provavelmente, votaria no Macaco Adriano também...

Meu caro Pacheco Pereira:
Só estamos «em plena América Latina» enquanto quisermos.
Faça a sua parte!!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

 

As Más Companhias


O Governo determinou a abertura à aviação civil da base aérea de Monte Real, em Leiria, numa medida que vem inequivocamente proporcionar um melhor aproveitamento desta infra-estrutura às populações daquela região.
Para a cerimónia protocolar lá foi o nosso Primeiro-ministro Santana Lopes passear de «Falcon» até Leiria, decerto para aproveitar a pista.
Contudo, e apesar da iniciativa ser da responsabilidade conjunta dos Ministérios da Defesa e das Obras Públicas, o que é facto é que o ministro Paulo Portas não esteve presente na cerimónia.

Ou seja: já nem Paulo Portas quer ser visto ao lado de Santana Lopes, principalmente nesta época de campanha eleitoral.
É, de facto, brilhante a estratégia política de Portas, que tem conseguido passar a mensagem de que «não tem nada a ver com aquela gente», assim aproveitando todos os votos de desgaste à direita do PSD.
Não me surpreende, por isso, que Paulo Portas não queira ser visto em «más companhias».

Mas, confesso, gostaria de saber se Santana Lopes ao menos se apercebe desta estratégia do seu leal parceiro de «coligação pós-eleitoral».
Se calhar, não...

 

As Previsões




Previsões do Vaticano indicam que em 2005 o número de católicos em todo o mundo deve chegar a 1.100 milhões.

Não sei o que pensará o líder do partido a este respeito.

Mas ao fim de dois mil anos de campanha, conseguirem somente 15% do eleitorado, não abona mesmo nada em favor desta gente, pois não?


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

 

A Liberdade de Expressão


Samuel Nassan é um agente da polícia de estrada, no Estado americano da Pennsylvania.
No dia 25 de Junho de 2004, o agente aplicou duas multas de trânsito ao cidadão Stephen Corey: a primeira por este conduzir na auto-estrada demasiadamente próximo do carro da frente; a segunda porque, decerto furioso com a aplicação da primeira multa, ao passar pelo agente da polícia o condutor “fez-lhe um sinal impróprio com a mão, mais exactamente com o dedo médio levantado”.

Mas esta segunda multa só serviu para indignar ainda mais o condutor. Vai daí, processou a Polícia do Estado da Pennsylvania, a quem pede agora uma choruda indemnização, alegando que foram violados os seus direitos de liberdade de expressão, constitucionalmente consagrados.

Ora, uma vez que em Portugal a liberdade de expressão também está constitucionalmente consagrada, confesso que isto me dá cá umas ideias…

domingo, 6 de fevereiro de 2005

 

A Dança da Chuva


Segundo o «Público», a Diocese de Beja recuperou uma oração do papa Paulo VI e, através da sua página da Internet, tornou-a acessível aos fiéis a quem é pedido que "orem a Deus pedindo chuva".
Segundo o autor da iniciativa, «é necessário recuperar uma tradição histórica que tem raízes na Idade Média, mas actualizando-a para os dias de hoje», já que é nestes períodos que «a fé das pessoas faz com que voltem para Deus as suas intenções e os seus pedidos, tal como tem acontecido ao longo dos tempos».

Como é óbvio, nada tenho contra a fé das pessoas ou sequer contra a forma como estas entendem manifestá-la.
Acho até antropologicamente interessante a comparação das formas destas solicitações de chuva às diferentes divindades nos mais recônditos cantos do planeta.
É mesmo engraçado como uma «tradição histórica que tem raízes na Idade Média» é agora divulgada através da Internet.

Mas acho curioso como certas pessoas ainda entendem o seu Deus como alguém que «ao longo dos tempos» lança desgraças naturais sobre os terrenos, mas depois, em troca de meia dúzia de orações e glorificações apaziguadoras, já reconfortado e bajulado, logo magnanimamente as faz cessar.

É bem certo que Deus foi feito à imagem e semelhança do Homem.

sábado, 5 de fevereiro de 2005

 

A Partida


Já uma vez aqui comentei que logo desde a publicação das primeiras sondagens que se seguiram à dissolução da Assembleia da República, e que davam uma expressiva vitória ao PS, que o presidente da «Agência Portuguesa para o Investimento» (API), Miguel Cadilhe, procura desesperadamente dar nas vistas.
Num notável esforço de auto-promoção, Cadilhe chegou mesmo a anunciar que era um fervoroso adepto da co-incineração.
De facto, um esforço notável de “investimento” no seu próprio futuro.

Hoje Santana Lopes anunciou que, num governo do P.S.D., Miguel Cadilhe seria “a título de exemplo” o seu eventual «vice primeiro-ministro para a competitividade».

Ora bolas! Tanto esforço para nada!
Não sei se isto tem a ver com a época carnavalesca que atravessamos.
Mas não posso deixar de me perguntar:
Que raio lhe terá feito Miguel Cadilhe, para Santana Lopes lhe pregar uma partida destas?...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

 

O Espírito Latino


No longínquo Moçambique colonial, a acusação que estava a ser apreciada naquele julgamento era muito simples:
Como acontecia com a maior parte dos negros daquela época, o Réu morava nos subúrbios de Lourenço Marques.
Tinha chegado a casa mais cedo e... apanhou a mulher em flagrante na cama com outro homem.
Sem hesitar, pegou numa catana e matou-os aos dois.

Logo no início do julgamento, o juiz instou-o:
- Ó homem, como foi você capaz de fazer uma coisa destas?
- O que quer, Sr. Dr. Juiz? É este nosso espírito latino!...

 

1974



Finalistas de 1974 do Liceu Normal Salazar, em Lourenço Marques.

Para ampliar a imagem clicar -> aqui


 

1973




Excursão a Moçambique em 1973, dos alunos do Liceu Paulo Dias de Novais, de Luanda.

Para ampliar a imagem clicar -> aqui


 

O Debate


O que mudou com o debate televisivo entre José Sócrates e Santana Lopes?

Algum votante do PS vai agora votar no PSD?
Não!
Algum votante do PSD vai agora votar no PS?
Não!
Algum eleitor indeciso sabe agora em quem vai votar?
Não!

A não ser o modelo do debate, com um ineficaz sistema de contagem de tempo e de corte de palavra, e que só impediu um verdadeiro combate de ideias e uma revelação da autenticidade dos candidatos, afinal nada mudou.
Mas não foi uma perda de tempo. Não!
Teve ao menos a virtualidade de confirmar aquilo que já se pensava sobre ambos os candidatos.
Se dúvidas ainda houvesse....

 

O Xerife


Praticamente já em campanha eleitoral, o ministro do ambiente Luís Nobre Guedes apelou a um levantamento popular da população de Coimbra, para impedir o secretário geral de um dos partidos da oposição de entrar na cidade.

Será que isto é a reposição de um filme de “cóbois” de quinta categoria, em que o Xerife, que trabalha por conta do rancheiro, impede o “rapaz” de entrar na cidade para ir resgatar a rapariga?

Ou, pelo contrário, tem antes a ver com o frenesim que Luís Nobre Guedes aparenta, para adjudicar à pressa os centros de eliminação de resíduos a certas e determinadas empresas?...

 

Karen Carpenter


Karen Carpenter
( 2 de Março de 1950 – 4 de Fevereiro de 1983)
Karen formou com o seu irmão Richard Carpenter o célebre grupo musical «The Carpenters».
Karen morreu de paragem cardíaca causada pelos efeitos da anorexia de que padeceu durante os últimos anos da sua vida.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

 

A Fina Linha


O ministro de Estado e da Defesa, Paulo Portas e o ministro das Finanças, Bagão Félix, enviaram aos 400 mil ex-combatentes uma carta de propaganda política para as moradas constantes nos arquivos dos serviços do Estado.
Com isso, não só violaram a lei de protecção de dados informáticos, como ainda utilizaram recursos do Estado para a prossecução de interesses eleitorais partidários.

Estou firmemente persuadido de que tanto Portas como Bagão Félix são perfeitamente conhecedores, como estão absolutamente conscientes, não só da ilegalidade que cometeram, como também do quanto o seu acto é sinónimo da mais despudorada falta de ética, política e intelectual.
Estou mesmo convencido que só o fizeram porque estão certos da sua mais completa impunidade.
Embora não entenda muito bem onde conseguem encaixar o seu gesto nos valores cristãos que tanto alardeiam.

É costume dizer-se que é nas horas difíceis, ou nos momentos de maior dificuldade, que se conhecem verdadeiramente as pessoas.
Pois bem:
nesta hora de desespero político ficou perfeitamente claro onde é que os ministros do Governo de Portugal Paulo Portas e Bagão Félix, traçam a fina linha que separa o que é correcto daquilo que é desonesto...

 

The Day The Music Died


No dia 3 de Fevereiro de 1959 Buddy Holly e dois dos músicos da sua banda, Ritchie Valens e J. P. Richardson (The Big Bopper) morreram quando o avião em que viajavam se despenhou em Fargo, no Dakota do Norte (E.U.A.).
Waylon Jennings e Tommy Allsup, os dois restantes músicos da banda de Buddy Holly, salvaram-se porque as dimensões do avião não permitiam que viajassem juntamente com os outros.
Assim, Waylon Jennings cedeu o seu lugar a J.P. Richardson, porque este estava com gripe; Ritchie Valens e Tommy Allsup resolveram atirar uma moeda ao ar para decidir quem ficava com o último lugar disponível. Ritchie Valens ganhou.

Este dia ficou conhecido como «The Day The Music Died» (o dia em que a música morreu) e foi imortalizado na célebre balada de Don MacLean “American Pie”.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

 

O Macaco Adriano


Não sei a quem atribuir a frase, mas é de facto bem apanhada:
«mesmo que nas próximas eleições apresentasse o Macaco Adriano como candidato a Primeiro-ministro, o PSD obtinha sempre pelo menos 30% dos votos»; o resto vem «por acréscimo».

Assim é, de facto.
Mas a rábula atingiu agora uma actualidade acrescida:
Primeiro, porque as últimas sondagens dão ao PSD de Santana Lopes pouco mais de 27% das intenções de voto.
O que, para já, quer dizer que a comparação com o Macaco Adriano não tem favorecido o Primeiro-ministro.

Depois, porque destas últimas tácticas de campanha a achincalhar a própria pessoa de José Sócrates, se pode chegar sem quaisquer dúvidas a uma conclusão: Santana Lopes não tem mesmo jeito nenhum para isto!
Ao som dos concertos para violino de Chopin, Santana Lopes atingiu o seu nível de incompetência. O seu «Princípio de Peter».
Às vezes até faz pena...

Desesperado com as sondagens desfavoráveis, ora parece um elefante dentro de uma loja de porcelanas e ameaça processar as empresas de sondagens; ora parece um palhaço num circo de terceira categoria, tentando fazer rir os espectadores, com umas pantominas já requentadas e sem graça.
E quando se julgava que Santana Lopes já não podia descer mais baixo, que já tinha batido no fundo, uma vez mais o nosso Primeiro-ministro nos surpreende:
Com base numa campanha de boatos sobre a sexualidade de José Sócrates (e que toda a gente suspeita agora que foi propositadamente lançada), não hesitou em cometer a indignidade de fazer alusões nos comícios de campanha «ao nome que se dá aos meninos que não querem brincar», em dizer que o outro candidato prefere «outro tipo de colos», depois de mandar colar cartazes a dizer «sabe quem é este homem?»

E quando Sócrates se indignou, Santana Lopes não hesita em insultar a inteligência de 10 milhões de portugueses e vem com ar cândido fazer de conta que não disse aquilo que todo o País o ouviu a dizer.
Vem pura e simplesmente mentir!
E vem dar razão ao ditado que diz que «não há pior imbecil do que aquele que pensa que os outros são imbecis».

Santana Lopes só sabe agora uma coisa: faça o que fizer, desça o que descer, terá sempre uma franja do eleitorado que fechará o olhos e votará cegamente em si, talvez pensando que está a votar no PSD.

Mas uma coisa é certa:
depois deste triste espectáculo que dá de si aos portugueses, quer como Primeiro-ministro, quer como político, quer até como pessoa, já não surpreenderá ninguém que nas próximas eleições Santana Lopes nem sequer consiga chegar aos 30% do Macaco Adriano...

 

Bertrand Russell


Bertrand Arthur William Russell, nasceu no dia 18 de Maio de 1872 e morreu no dia 2 de Fevereiro de 1970.

Foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos do século XX.
Da extensa bibliografia de Bertrand Russel é de realçar particularmente o livro «Porque Não sou Cristão», de que destaco, com alguma «precisão aleatória», alguns excertos:

«Há muitas maneiras pela qual a Igreja, com sua insistência sobre o que prefere chamar "moralidade", inflige a toda a espécie de pessoas sofrimentos imerecidos e desnecessários».
«É ainda, em grande parte, contrária ao progresso e ao aperfeiçoamento de todos os meios tendentes a diminuir o sofrimento no mundo, pois que costuma rotular de moralidade certas acanhadas regras de conduta que nada têm a ver com a felicidade humana»
«A religião baseia-se, penso eu, principalmente e antes de tudo, no medo. É, em parte, o terror do desconhecido e, em parte, o desejo de sentir que se tem uma espécie de irmão mais velho que se porá de nosso lado em todas as nossas dificuldades e disputas. O medo é a base de toda essa questão: o medo do mistério, o medo da derrota, o medo da morte. O medo é a fonte da crueldade e, por conseguinte, não é de estranhar que a crueldade e a religião tenham andado de mãos dadas. Isso porque o medo é a base dessas duas coisas».
«Toda a concepção de Deus é derivada dos antigos despotismos orientais. É uma concepção inteiramente indigna de homens livres. Quando vemos na igreja pessoas a menosprezarem-se a si próprias e a dizerem que são miseráveis pecadores e tudo o mais, isso parece-me desprezível e indigno de criaturas humanas que se respeitem».

 

Clemente XIII


Carlo della Torre Rezzonico, que foi Papa com o nome de Clemente XIII, nasceu a 7 de Março de 1693 e morreu a 2 de Fevereiro de 1769.

O Papa Clemente XIII ficou célebre na História por ter mandado tapar pudicamente as partes íntimas de todas as estátuas do Vaticano, e também pela sua acérrima defesa da Companhia de Jesus.
Foi durante o seu pontificado, em 1758, que o Marquês de Pombal, Primeiro-ministro do Rei de Portugal D. José I, expulsou os jesuítas de Portugal, fê-los embarcar em massa e despachou-os para o Vaticano, como «uma prenda para o Papa».

Embora sejam raros, o que é certo é que Portugal já contou na sua História com grandes Primeiros-ministros...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

 

A Execução


No dia 1 de Fevereiro de 1968 o General Nguyen Ngoc Loan, Chefe da Polícia da República do Vietname, decidiu executar sumariamente no meio da rua um simpatizante do Vietcong.

A execução foi testemunhada pelo fotógrafo da Associated Press, Eddie Adams. A fotografia que tirou é hoje uma das mais célebres da história do fotojornalismo de guerra, e valeu a Adams o «Prémio Pulitzer».

Depois da retirada americana do Vietname, o General Ngoc Loan foi viver para os Estados Unidos, onde abriu uma «pizzaria».

 

O Regicídio


No dia 1 de Fevereiro de 1908 o Rei de Portugal, D. Carlos I, a Rainha D. Amélia e os seus filhos D. Luís Filipe e D. Manuel regressavam de Vila Viçosa.
Quando a carruagem que os transportava atravessou o Terreiro do Paço, surgiram do meio da multidão Alfredo Costa e Manuel Buiça que dispararam contra a família real portuguesa.

O Rei D. Carlos teve morte imediata. O príncipe herdeiro do trono, D. Luís Filipe foi também mortalmente ferido, acabando por falecer alguns minutos depois, e o seu irmão D. Manuel foi ferido num braço.
Os regicidas foram imediatamente abatidos no local pela Guarda Real, e mais tarde identificados como membros do Partido Republicano.
Com a morte de D. Carlos, sucedeu-lhe o seu filho mais novo, D. Manuel II, que reinou até à implantação da República, a 5 de Outubro de 1910.

Embora fosse tido como um homem culto e dedicado às ciências, D. Carlos I foi um rei muito criticado pelos gastos sumptuosos e pelas aventuras extra-conjugais que protagonizava sem muito recato, embora nunca tenha ligado qualquer importância às críticas populares.
Durante o seu reinado, Portugal foi declarado falido por duas vezes (a 14 de Junho de 1892 e a 10 de Maio de 1902), e os tratados que celebrou com a Inglaterra para a definição das fronteiras das colónias de África foram tidas como cedências ainda hoje pouco explicadas.

Terá constituído uma das causas próximas do levantamento da oposição republicana, e provavelmente do próprio regicídio, a determinação por parte de D. Carlos da ditadura militar protagonizada pelo General João Franco.

Recentes avaliações das evidências balísticas têm sugerido a existência de mais regicidas desconhecidos no meio da multidão, para além dos que foram detectados e mortos na ocasião.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com