terça-feira, 9 de novembro de 2004

 

A ajuda desinteressada - II


O Rodrigo Moita de Deus "volta ao ataque" e continua à procura de explicações para tanta intolerância.
Sem ver que tal explicação está mesmo por baixo do seu nariz!

E faz algumas perguntas, que com todo o prazer e como prova de inquebrantável amizade, lhe vou tentar agora responder:

Rodrigo: porque razão a Igreja se opõe ao uso do preservativo?
Resposta: porque assim o determinou uma encíclica papal, proferida no mais típico distanciamento da realidade terrena! Basta reflectir no facto de que a própria Igreja admite que possam ser praticadas relações sexuais sem o objectivo imediato da reprodução, pois admite como método (único) de contracepção o da contagem dos dias (Agino-Knaus). Assim, porque raio não recomenda a Igreja , por exemplo, a prática de relações sexuais nos dias normalmente inférteis da mulher JUNTAMENTE com o uso do preservativo para impedir a disseminação da SIDA??? A resposta só pode ser uma: preservativo, nunca! Nada é mais importante no mundo do que uma encíclica papal.
Nem a vida humana!
Rodrigo: O argumento tolerante. Qual é a solução? Expulsar todos os católicos de África?
Resposta: Não! Basta simplesmente libertá-los de todas as opressões. Sejam elas políticas, sociais, culturais ou... religiosas.
Rodrigo: O argumento inverso. Alguém acredita que se todos os sacerdotes e missionários católicos saíssem de África amanhã, a doença ficaria controlada?
Resposta: Não! Mas se saíssem os que queimam os preservativos e impedem as campanhas de educação das populações promovidas pela OMS, a taxa de propagação da doença desceria.
Rodrigo: O argumento geográfico. Relaciona-se a propagação do vírus da sida ao papel da Igreja em África, mas não se aplica essa lógica à Europa. Porquê?
Resposta: Claro que se aplica! Mas aplica-se com mais acuidade em África. Precisamente porque, pelas características das sua populações, elas são mais “permeáveis” a pressões religiosas, místicas e teológicas. E também se aplica na Europa, onde existem inúmeras regiões onde a influência clerical se faz de igual modo sentir.
Rodrigo: O argumento absurdo. A Igreja é uma organização de homicidas com comportamentos psicóticos.
Resposta: Não! Também lá há muitos pedófilos com comportamentos psicóticos!
Rodrigo: O argumento da responsabilização. Os missionários jesuítas deviam ser julgados do Tribunal Penal Internacional por genocídio.
Resposta: Não! Há outras ordens religiosas igualmente responsáveis.
Rodrigo: O argumento da responsabilidade. Não cabe à Igreja promover políticas continentais de saúde.
Resposta: Pois não! Mas também não lhe cabe combatê-las ou impedir a sua eficácia, pois não?
Rodrigo: O argumento ridículo. O acto da comunhão é um incentivo ao alcoolismo.
Resposta: Não! É uma prática teofágica como outra qualquer. Poderá ser um incentivo ao politeísmo, sim. Mas, como é óbvio, nada tenho contra isso.
Rodrigo: Lembrar o trabalho da Igreja em África é mais do que tentar justificar as suas acções. É uma "maneira simpática" de tentar explicar que os sacerdotes e missionários não estão lá para “combater o preservativo”, estão lá para prestar auxílio espiritual e humanitário.
Resposta: O pior é que aproveitam para combater o uso do preservativo, não é?. E, com essa explicação, ainda te hei de ver a defender o Fidel Castro com o argumento de que Cuba tem uma excelente rede de assistência hospitalar, como uma «maneira simpática» de tentar explicar os seus campos de concentração, cheios e a abarrotar de presos políticos.
Rodrigo: Se a humanidade em geral, e os africanos em particular, fossem a turba influenciável pela palavra da Igreja que tão bem retractam, estaríamos todos a caminho da santidade.
Resposta: Estás a pôr o carro à frente dos bois, Rodrigo! Porque estás a partir do princípio pré-concebido (passe o pleonasmo) de que a Igreja é sinónimo de santidade.
Mas é precisamente o contrário!

Depois, com mais calma, falamos do Banco do Vaticano, da pedofilia, do encobrimento da pedofilia, da Inquisição, da Opus Dei, de Fátima...

Depois, com mais calma, até falamos da fotografia que está no post anterior!
É, de facto, de uma santidade inegável, não é?



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